“Depois de ver o mundo, você nunca se sentirá completamente em casa novamente. Parte do seu coração sempre estará em outro lugar.”
É esse pensamento que tenho quando percebo a importância de viajar, ver o mundo com os próprios olhos, dividir um pouco das suas experiências com os outros e absorver muito das experiências deles também.
Paris é uma das cidades mais visitadas do mundo e não é por menos, com mais de 100km² e mais de 2 milhões de pessoas vivendo nela, sem contar os mais de 30 milhões que a visitam durante o ano.
Com essas informações dá para se ter uma ideia do tamanho da cidade e mesmo com uma densidade tão grande de pessoas em um espaço relativamente curto, ainda é possível viver grandes experiências particulares.
O tempo que você tem disponível para conhecer a cidade é realmente importante. Nos dias que passei em Paris pude conhecer os mais imponentes e famosos pontos turísticos da cidade, como a torre Eiffel e o Champ de Mars, um dos maiores espaços verdes da capital francesa, que vai desde o Trocadéro até à Escola Militar.
A Basílica de Sacré-Cœur, o Arco do Triunfo, a incrível Catedral e toda ilha de Notre-Dame, o Panteão, o Musé du Louvre, todos lugares de tirar o fôlego, absolutamente fora de série e é o que normalmente as pessoas contam quando voltam para casa.
Mas, dessa vez, eu gostaria de dividir a minha experiência sobre algo que normalmente passa despercebido nos relatos das viagens: a experiência de estar no local. Explico!
Por mais que locais como a Torre Eiffel e o Arco do Triunfo sejam incríveis, a experiência de transitar entre locais assim é tão boa quanto caminhar pelas ruas de Paris. Passear pela Champs Élysées com suas largas e arborizadas calçadas, que comportam centenas de pessoas ao mesmo tempo, é sensacional.
Uma caminhada às margens do Rio Sena pede que um dia inteiro seja dedicado à experiência. O leito do rio é muito convidativo, com bancos e mesas ao longo de todo o trajeto, onde jovens, adultos e idosos se reúnem para conversar, famílias vão para brincar e fazer piquenique, esportistas correm e pedalam nas ciclovias. Esses recortes simples dão a sensação que realmente o que importa não é ir aos locais mais famosos e sim viver a cidade, imergir no seu cerne como um bom habitante local.
Paris tem esse poder mudo, que mesmo com toda a conturbação que a cidade possa ter ela ainda te envolve. A beleza e conservação de cada edifício, ruas históricas e o charme de bistrôs “escondidos” em vielas ao longo do centro te deixam a cada minuto mais inebriado.
Eu penso em Paris como gostaria de pensar da cidade onde vivo, igualmente grande e plural, mas que a obrigação diária e silenciosamente furta de nós esse potencial de viver a nossa rotina com outros olhos.
Por esse motivo, a frase do início faz ainda mais sentido.E a cada nova cidade que conheço, um novo pedaço do meu coração fica para trás, um quebra-cabeças que, com sorte, nunca haverei de montar.